quarta-feira, 14 de abril de 2010

Fallout 3

Bem, aproveitando o pedido antigo de um amigo, eu vou falar agora de um jogo que é um tanto quanto antigo, mas mesmo assim, é bom pra caramba. Fallout 3 é o terceiro jogo de uma franquia originalmente desenvolvida pela empresa Black Isle Studios, e publicada pela empresa Interplay, mas que agora pertence a empresa Bethesda Game Studios. A franquia, chamada de franquia fallout, envolve todos os jogos que foram produzidos pela Black Isle, e o jogo Fallout 3, produzido pela Bethesda.

O primeiro jogo, Fallout, se passa em 2161, num universo em que o planeta terra se encontra em estado pós-apocalíptico há 84 anos, após uma guerra atômica devastadora entre as duas maiores nações do mundo, EUA e a China, ter varrido do mundo toda a civilização, deixando apenas radiação, mutantes e sobreviventes de abrigos subterrâneos chamados de Vaults. O jogo conta a história de um habitante de um desses abrigos subterrâneos, chamado de Vault Dweller durante o jogo, que é encarregado da função de substituir uma peça quebrada do purificador de água da Vault, precisando para isso se aventurar na superfície do mundo devastado pelas armas nucleares. Fallout foi lançado em 97, chegando a ser um sucesso de críticas pela mecânica diferente, e a história envolvente do jogo.

Quando Fallout 3 foi lançado, muitos fãs da franquia temiam que Bethesda perdesse o espírito do jogo, e o clima desolado que os jogos passados passavam para o jogador. Apesar do Fallout 3 ter alguns elementos duvidosos que até certo pontos não fazem muito jus a franquia, ele é um jogo no verdadeiro espírito fallout, digno de ser chamado de sucessor da série. O jogo começa em 2277, exatos 200 anos após a guerra que devastou o mundo. O personagem do jogador é perfeitamente customizável, podendo ter qualquer nome, aparência e até mesmo sexo, mas ele é referido durante o jogo como Vault Dweller. A história também é bem simples: Você é o protagonista que nasceu, cresceu, e viveu toda a sua vida na Vault de número 101, assim como o pai dele, e todos os ancestrais. Certo dia, quando o protagonista estava com 19 anos de idade, o pai dele faz o impensável: Ele foge da Vault, e segue para a superfície. Sem saber porquê isso aconteceu, resta ao Vault Dweller fazer o mesmo, seguir para a superfície atrás do seu pai, e também de respostas.

Sem revelar muito, eu posso falar que o final de Fallout 3 é o grande charme do jogo, e embora toda a sequência de eventos principais desde a saída da Vault em busca do pai do Vault Dweller até o final seja no máximo 15% do jogo, ele vale a pena ser jogado. Isso porque a Bethesda não se esqueceu de fazer de um universo e uma ambientação em cima desse universo, criando coerência, e dando uma sensação do jogador realmente estar no mundo pós-guerra de fallout. A maior parte do tempo, a única música que o jogador tem acesso é o som ambiente do vento movendo a brita e o cascalho no meio dos restos de estradas e auto-estradas que sobrou da civilização do passado, ou então o som dos animais mutantes caminhando perto de você. Além disso, o que sobrou dos centros urbanos são verdadeiras favelas em guerra, onde o jogador é atacado por todos os lados por mercenários, super-mutantes, ghouls e saqueadores. Além disso, há o sistema de moralidade, que força o jogador a colher os frutos das sua ações: Um jogador que sai matando inocentes rapidamente se torna odiado nos lugares onde passa, o que pode complicar a sua interação com certos elementos do jogo, um jogador que busca ajudar todo mundo passa a ser amado pelo povo, porém, odiado por quem lucra com o sofrimento alheio nesse universo.

Tendo falado dos pontos posivitos, resta falar dos pontos negativos. Uma das maiores críticas acerca de Fallout 3 foi o elemento politicamente correto que a Bethesda inseriu no jogo. A maneira mais grosseira que esse elemento se manifesta está nas crianças que aparecem durante o jogo: Todas são imortais e indestrutíveis. Enquanto no Fallout original o jogador tinha a liberdade de matar crianças caso quisesse (Sofrendo uma certa penalidade por escolher agir assim), no Fallout 3, nem mesmo a arma Fat Man que lança uma mini bomba nuclear anti-infantaria é capaz de matar uma criança. Tudo o que acontece, é que ao ser atacada, a criança sai correndo pedindo por ajuda.

Outro elemento politicamente correto é tentativa falhar de se fazer uma analogia da condição dos Ghouls de fallout com o preconceito racial. Em fallout, um Ghoul é um ser humano que foi exposto a quantidades absurdas de radiação e não morreu, mas ganhou deformidades físicas e longevidade prolongada. A analogia do preconceito contra Ghouls ser equivalente ou similar ao preconceito racial é falha, pois enquanto as ditas "diferenças raciais" são triviais e insignificantes no dia a dia, as diferenças de condições de um Ghoul e um ser humano "normal" de fallout representam um perigo direto ao humano, pois Ghouls tendem a perder a razão e se tornar animais ferozes. O fato das diferenças entre um Ghoul feroz e um civilizado não serem devidamente elaboradas só complica mais a situação, e dá uma boa margem de razão para os habitantes da terra de ninguém que não querem Ghouls como vizinhos.

Por último, há as expansões de Fallout 3. Caso o leitor deseje comprar o jogo, ou obtê-lo por meios ilícitos, eu recomendo a versão "Game of the Year", que saiu em 2009, cerca de um ano depois do lançamento do Fallout 3 original, porque essa versão vem com todas as cinco expansões do jogo. São elas em ordem de lançamento: Operation Anchorage, The Pitt, Broken Steel, Point Lookout, e Mothership Zeta. Eu ainda pretendo falar das expansões de Fallout 3, mas vou deixar o assunto para uma outra postagem.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Imposto justo

Bem, aproveitando uma reflexão que eu fiz acerca do modo em que posto, eu decidi optar por uma maneira diferente de se blogar, ao invés de postar uma única mensagem por dia, como seria num blog tradicional, vou postar um conjunto pequeno de mensagens individuais, periodicamente a cada semana, ou mês. Desse modo, eu continuo a postar informações que considero importante, sem ter a dor de cabeça de necessitar responder diariamente.

Recomendo a quem não queira perder nem uma postagem do meu blog, a assinar o RSS feed dele, ou então a me seguir no buzz. Dessa forma, não haverá surpresas.

Agora, a informação que conta: Creio que todo brasileiro que já tenha jogado um jogo eletrônico, saiba que a forma mais fácil de se comprar um jogo desses, é comprando um produto falsificado. (pirateado)
Isso é um pensamento tão comum no Brasil, que já virou norma: A principal preocupação do Gamer brasileiro é se haverá falsificação para o jogo que deseja, e se ele vai perder alguma coisa no processo. Em momento algum as pessoas se há um modo de conseguir o jogo original, licenciado oficialmente pelos distribuidores. Tudo porque o preço de um jogo original pode atingir valores obscenos aqui no Brasil, como R$ 180,00 para o jogo "Assassin's Creed II" para Xbox 360. Jogos de Xbox 360 saem por volta de R$180 a R$80,00, dependendo de vários fatores, como ser lançamento, ou ser edição Platinium Hits. Jogos de Playstation 3 também não ficam muito atrás, saindo por um valor entre R$200 a R$100.

A razão dos preços serem altos, é muito simples: Impostos! Qualquer produto eletrônico que é importado tem uma alíquota única de 60% em cima do valor alfandegário do mesmo, isto é, o valor do produto somado ao valor do frete e outros custos (Como garantia). Além disso, a maioria desses produtos são vendidos na moeda estrangeira do dólar americano, cujo valor em reais fica por volta de R$1,80. Tudo isso, somado ao desejo de lucro do revendedor local aumenta o preço do produto em 300% a 400%. Jogos que custam míseros $20 saem por quase R$100, e lançamentos que custam $50 saem por R$180.

Não adianta uma empresa de jogos se instalar no Brasil, e revender os jogos por aqui, porque eles recebem imposto interno da mesma forma. Inclusive, o imposto de se produzir jogos localmente pode até ser maior que o custo de se importá-los e revendê-los. No final das contas, empresas não são ONGs de caridade, elas não vão se instalar no Brasil se uma margem de lucro decente não estiver assegurada. Por isso, Sony, Microsoft e Nintendo não lançam jogos oficiais no Brasil, não reservam sequer um código de região pro Brasil, e não permitem que os brasileiros façam compras em suas redes de jogos... (XBLA, PSN, e por aí vai)

Por isso, alguns brasileiros resolveram se mobilizar para tornar público a existência de um projeto de lei que visa estabelecer isenção de imposto especificamente para produtos relacionados ao mercado de jogos eletrônicos. Fiquei sabendo do tal projeto de lei através do perfil de orkut de um amigo (valeu, Bezerra), e resolvi também tornar público o meu apoio pela campanha. Mas não basta apenas espalhar a existência da campanha para os seus amigos, é necessário também entrar em contato com o deputado Antonio Palocci (PT-SP) que é o relator do projeto de lei 300/07, apresentado em 2007 pelo deputado Carlito Merrs (PT-SC), para saber como anda a aprovação do mesmo. E caso a aprovação esteja lenta, é necessário agir de modo a mobilizar a câmara de deputados para que o projeto de lei seja aprovado, e de preferência, na forma em que se encontra, sem emendas de qualquer natureza.

Abaixo, deixo o hyperlink para o site da campanha:

http://impostojustoparavideogames.com.br/

Se cadastrar no site é uma forma de apoiar, enviar uma mensagem para o relator é outra, protestar em frente ao congresso é outra. Faça a sua parte.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Avatar

Depois de 3 meses, cá estou de volta, para falar de um filme que todos já devem ter visto, assistido, ou pelo menos terem ouvido falar. Trata-se de Avatar, a mega produção cinematográfica de James Cameron,o mesmo criador dos blockbusters de sucesso "O Exterminador do Futuro" (1984), "Aliens: O resgate" (1986), "O Exterminador do futuro 2" (1990), "True Lies" (1994), e "Titanic" (1997). "Avatar" lançado no ano passado, é a sua mais nova obra cinematográfica.

O filme é uma belíssima combinação de imaginação, liberando a criatividade de Cameron para a criação de um mundo completamente diferente do que estamos acostumados. A história em si, é bem simples, cliché até eu diria, mas nem por isso, defasa a emoção que o filme passa, ou obscurece o brilho da beleza visual do filme. O filme conta a história de Jake Sully, um ex-fuzileiro que viaja da Terra para Pandora, uma lua localizada em órbita do planeta Polyphemus, que fica no sistema Alpha Centauri, mais precisamente na estrela Alpha Centauri Alpha. Ele viaja com o objetivo de substituir o seu irmão, que faleceu num roubo, na equipe do projeto Avatar da doutora Grace Augustine, interpretada pela talentosa Sigourney Weaver.

Chegando lá, Jake ao mesmo tempo descobre o maravilhoso mundo de Pandora, e a emoção de controlar um avatar, enquanto acaba sendo relegado a segundo plano pela doutoura Augustine. Após fazer um acordo com o Coronel Quaritch, o responsável pela defesa de toda a operação humana de mineração em Pandora, Jake é relegado ao posto de guarda costas. Em sua primeira missão, ele acaba se separando do time de cientistas, e fica perdido durante a noite nas selvas de Pandora. Por pouco, é aceito na tribo dos nativos de Pandora, os Na'vi.

Conforme ele vai aprendendo a viver como um Na'vi, Jake repassa informações para Augustine e Quaritch, e aos poucos aprende a amar Pandora, a vida selvagem e silvestre, e sua professora, a Na'vi Neytiri, filha do chefe da tribo. Conforme os meses passam, cada vez mais Jake passa a gostar mais de sua vida Avatar, e menos da sua vida real como humano, ao ponto de chegar a dizer que a realidade é que parece ser o sonho, e o sonho, a realidade...

O conflito deslancha quando os humanos destróem a árvore das vozes, um local usado pela tribo Omaticaya para conversar com os seus ancestrais. Jake desesperado, ataca o trator, impedindo temporariamente o avanço humano, mas despertando a ira do Col. Quaritch, que suspende o projeto Avatar indefinidamente, e suspende Jake com um murro. Recebendo uma segunda chance de Selfridge, o diretor geral da mineração, Jake e Augustine voltam para os seus corpos avatar e tentam avisar os Na'vi do perigo imediato, mas não conseguem evitar a perda de vidas, e a destruição da Árvore lar da tribo Omaticaya.

Após uma fuga relâmpago, na qual Augustine é baleada, Jake doma o maior dos predadores aéreos de Pandora, o Toruk, tornando-se assim o sexto Torku Makto da história dos Omaticaya, e voltando nessas condições para recuperar a confiança deles. Após uma tentativa de salvar a vida de Augustine, que falha, Jake consegue reunir todos os clãs de Na'vi de Pandora para um ataque final, na árvore das almas, com o objetivo de destruir todas as forças RDA restantes. O ataque começa, inicialmente dando uma desvantagens pros Na'vi, mas quando a própria natureza de Pandora, na forma da deusa Eywa, toma partido e ajuda os Na'vi, a luta finalmente pende para a vitória dos mesmos. Após uma intensa e sofrida luta no final, Jake e Neytiri conseguem vencer Quaritch, expulsando todos os soldados e mineradores da RDA, permitindo apenas a permanência da equipe do projeto Avatar.

É uma história bem simples, uma mistura de "Pocahontas" com "Dança com lobos", com "O último Samurai". Porém, nem por isso ela apaga o brilho do filme, pois o brilho está no modo como ela é contada, no talento que Cameron tem pra isso. Dependendo do filme, a história pode ser contada como um drama revestido por ação, como em "Exterminador do futuro" e "Aliens". Em outros casos, pode ser ação revestida por humor, como em "True Lies", ou mesmo drama revestido por romance, como em "Titanic". Avatar é apenas uma pequena variação do modo dele de se contar histórias, com um tema de fantasia revestido por drama.

Outra coisa que marcou muito nos efeitos visuais do filme foi o elemento de exibição em 3D, que deu uma experiência nova ao espectador. Avatar marcou época por ser um dos primeiros filmes a explorar a exibição em 3D de forma ampla, pois ele foi criado em 3D. Toda a direção foi feita pensando-se no espectador assistindo o filme como se estivesse presente na própria cena. O 3D não só é a chave para filmes de maior apreço pelo público, como também será o principal diferencial entre a exibição caseira e a comercial no futuro. E nesse sentido Avatar ganha por já ter nascido 3D.

Porém, ele não é um filme perfeito. Há muitas coisas estranhas no universo criado por Cameron. A impressão que o filme deixa inclui a sensação que os Na'vi não ficam doentes, ou não tem problemas de falta de comida, água e segurança. Basicamente, Pandora é um mundinho perfeito demais. Outra coisa que me incomodou foi como a terra foi retratada, como se fosse apenas um cancro no universo, em oposição polar a Pandora, que seria uma pérola. Tudo isso dá uma visão maniqueísta de bem e mal, e que diminui um pouco o que poderia ser um verdadeiro filme de época. Avatar é simples, exatamente porque o seu 'melhor' é a sua coreografia visual, e não a sua história. Cameron poderia ter feito críticas políticas, ou filosóficas no filme, mas não há nada nele que o povo já não conheça, e o filme em si, não é uma obra prima. Ele pode ser um belíssimo filme que marcou o início do 3D, mas certamente haverão filmes melhores que ele no futuro, todos em 3D.

Talvez, quem sabe, até outra obra de Cameron?