quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Stallone, Brasil, macacos, e o código florestal

Se há uma coisa que eu não consigo compreender, é a obsessão que o brasileiro tem em reparar no que não importa e se ofender com isso, ao passo que ignora o que realmente importa em nossa sociedade.

Recentemente, Sylvester Stallone fez uma declaração na Comi-Con, que para a minha surpresa, revoltou uma parcela da população brasileira; em particular, os usuários de twitter. A Comi-Con é a maior feira de cultura pop do mundo e é realizada anualmente em Los Angeles, sendo esse ano realizada entre 22 e 25 de julho. Stallone estava lá para fazer propaganda do seu mais novo filme, The Expendables, traduzido aqui como "Os Mercenários", filme este que foi filmado no Brasil. Mas, quem é Stallone, que fime é esse, e que declaração foi essa?

Sylvester Stallone, nascido Sylvester Gardenzio Stallone, é um norte-americano ator, diretor e roteirista de filmes. Sua vida pessoal é bastante interessante, pois ele teve muitas dificuldades na vida, a começar com o seu parto que devido ao fato de ter sido um parto complicado acompanhado pelo uso de fórceps, causou uma lesão no maxilar que o acompanhou pela vida toda, resultando numa fala devagar e de difícil compreensão. Além disso, diferentemente de outros atores, Stallone teve dificuldades para iniciar sua carreira artística. Poucos sabem, mas First Blood não foi o primeiro filme dele, mas sim um filme chamado O garanhão italiano. Isso só aconteceu porque ele estava no fim da picada, e necessitava de dinheiro. Depois, veio Rocky.

Rocky é um filme interessante. De certa forma, ele pode ser considerado uma auto-biografia fictícia do Stallone, envolvendo a figura de Rocky Balboa ao invés de Sylvester Stallone. É a história de um cidadão norte-americano típico de Philadelphia, que vê uma chance de ascender socialmente, e resolve agarrar a oportunidade de sua vida. Rocky foi tão marcante ao ser lançado que se tornou imediatamente um sucesso de críticas, lançou a carreira de Stallone, e mesmo décadas depois, foi considerado "culturalmente significante" para ser preservado pelo acervo nacional de filmes norte-americano.

Se Stallone fosse brasileiro, ele seria o candidato perfeito para a campanha federal de alguns anos atrás cujo slogan era "Sou brasileiro, e não desisto, nunca". Mas, enfim, temos respondida uma das perguntas. A seguinte, é que filme é esse?

O filme "Os Mercenários", foi dirigido, roteirizado e atuado pelo próprio. Isso mesmo, Stallone, com o patrimônio e a fama que tem, decidiu fazer uma super-produção cinematográfica apenas para agradar os fãs de filmes de ação, e por respeito a um gênero que, segundo ele, é responsável pela existência de Hollywood. Além disso, o filme foi filmado no Brasil, o que gera renda para nós, e visibilidade no exterior, pois estimula outros estúdios a fazerem o mesmo. Isso responde a segunda pergunta, mas falta a última: Qual foi a declaração "infeliz"?

Bem, a frase que supostamente incomodou os "brasileiros" (sendo este um grupo ao qual eu não pertenço) foi uma resposta a pergunta do porquê de ter sido o Brasil o local escolhido:
"Lá você pode atirar nas pessoas, explodir coisas, e eles dizem 'Obrigado, e aqui está um macaco para você levar para casa'". Eu ainda estou tentando entender como que essa frase poderia soar ofensiva, mesmo porque eu a achei muito engraçada. É como você viajar para a Flórida, comprar tudo, e ainda ouvir 'Obrigado, e aqui está um foguete para você levar para casa'.

Ora sabemos que existem macacos no Brasil, e sabemos ainda que há tráfico de animais silvestres, como os mesmos macacos mencionados, embora a frase dele não pareça ser uma crítica ao nosso tráfico ilegal de animais. Aparentemente, a palavra macaco virou palavrão de uma hora pra outra. Isso me leva a perguntar, por quê que esses brasileiros que se incomodam tanto com a idéia de macacos serem levados para fora do nosso país não se importam com a dita "reforma" do nosso código florestal, que irá destruir as mesmas florestas onde vivem os mesmos macacos citados?

Para quem não sabe o lobby dos deputados ruralistas conseguiu pressionar o nosso sistema legal, com base em interpretações no mínimo equivocadas, em cima de estudos científicos que ainda não foram concluídos, a fazer uma reforma completa do conjunto de leis que rege a proteção do nosso meio ambiente. Ou seja, o conjunto de leis sobre o meio ambiente, o código florestal, está para ser completamente modificado. Algumas das idéias maravilhosas que estão para serem aprovadas no novo código incluem anistia para quem cometeu crimes ambientais desde 2008, e a redução da área de preservação permanente de rios.

Enquanto isso, brasileiros ficam revoltados a respeito do que Stallone tem a dizer sobre filmes e macacos no Brasil.

Se não bastasse os absurdos acima, os mesmos parlamentares ruralistas buscam agora tentar desmerecer o saber dos cientistas que fizeram os estudos a respeito da escassez de terras cultiváveis, os mesmos cientistas cujos estudos foram usados numa interpretação errônea e distorcida para promover uma forma de agro-negócio arcaico e não sustentável de mais de dois séculos atrás.

Enquanto isso, brasileiros tuitam e fazem campanhas para boicotar o filme "Os Mercenários".

Sabe o que a campanha #calabocastallone no twitter parece ser? Parece ser uma tentativa de intimidação, bully por assim dizer, dos brasileiros em relação ao Stallone. Que na verdade, nem precisava ter filmado este filme, e fez apenas em consideração aos apreciadores de filmes de ação. Inclusive os do Brasil. Se esse povo realmente se importasse com a imagem do Brasil, e com a natureza daqui, estariam se importando com a retalhação do código florestal, e não com o que o Stallone tem a dizer sobre os macacos do Brasil.

Se essa mudança absurda do código não for impedida, no futuro, ninguém mais irá fazer piadas com macacos no Brasil. Não por causa de um suposto respeito adquirido, e sim porque não haverá macacos.

E o mais engraçado de tudo é que essa suposta "polêmica" só existiu no Brasil. Nenhum blog, site, ou celebridade da internet estrangeira comentou a suposta ofensa. Talvez porque nem tenha passado na cabeça deles que isso tenha sido ofensivo. E talvez não tenha sido. Talvez tudo isso tenha sido fabricado, intencionalmente ou não. Afinal de contas, a "polêmica" só começou quando o Jornal Nacional noticiou a tal "polêmica". Antes disso, ela não existia, mesmo entre brasileiros que tinham comparecido ao Comi-Con. Estranho, não?

Deixo essa dúvida de reflexão para o leitor que acha que a rede do plim-plim não é formadora de opinião, e para o leitor que acha que o Sr. Bonner é imparcial com o Sr. Homer. O paradoxo tostines (É gostoso porque vende mais, ou vende mais porque é gostoso) não justifica uma gafe desse tamanho, e como brasileiro, é vergonhoso ver uma polêmica ser inventada onde, afinal, havia nenhuma.

Quem critica, tem todo o direito de criticar o que quiser, como quiser. Eu não condeno isso, não condeno quem faça críticas ao Stallone, e nem quem deseja fazer campanhas de boicote ao filme. O que eu condeno, é quem critica por motivo torpe.

E a quem deseja fazer algo a respeito, comece assinando a sua indiginação:

https://secure.avaaz.org/po/codigo_em_perigo/?cl=678763776&v=6874

Isso não vai impedir a bancada ruralista, mas já é um começo.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Predators

Finalmente, encontra-se em cartaz no Brasil um dos filmes que eu mais esperei durante o ano de 2010, Predators (Predadores), produzido por Robert Rodriguez e dirigido por Nimród Antal. Sem revelar muito do filme, posso dizer que ele é muito bom, e realmente está para Predator, assim como Aliens está para Alien. Rodriguez conseguiu o que prometeu: Fazer um filme que consegue se apegar ao material fonte do qual foi baseado, sem divagar em excesso, e ainda por cima que ofereça uma experiência nova no cinema. Rodriguez conseguiu o que poucos conseguem, ser original trabalhando sob a restrição de um material que não foi feito por ele.

O filme não é impecável, mas se excede em vários pontos, como na história, no screenplay, e até na música. A trilha sonora feita por John Debney é excelente, fazendo referência ao tema original do predador de Alan Silvestri. Muitas das trilhas do filme parecem remixes do tema feito por Silvestri, mas Debney também acrescentou outros instrumentos sonoros tribais, como os berrantes tibetanos, dando uma sensação renovada ao tema que todos conhecemos, sem deixar de ser familiar.

O elenco não deixa a desejar, principalmente Adrien Brody, que encarna o protagonista do filme. Ele não tenta ser um novo Arnold, ao invés disso, ele simplesmente age como um soldado mercenário capaz de tudo pra sobreviver, e por isso mesmo, não deixa de ser perigoso. Outro aspecto interessante do filme é o grupo: Enquanto no Predator original nós temos o melhor e mais unido grupo de soldados das forças especiais, em Predators nós temos o pior grupo possível de indivíduos reunidos no pior lugar possível. Fica claro desde o início que se os predadores não matarem os personagens, os próprios personagens irão se matar com o passar do tempo.

Por último, temos a história: Um grupo de mercenários são raptados por predadores e colocados num planeta para serem caçados. Essa é a sinopse do filme que qualquer um pode ler em qualquer lugar. Mas o que só quem assistiu sabe, é que a narrativa do filme ocorre de modo excelente. Não há diálogos desnecessários, os personagens falam apenas o necessário para mostrar as suas características, e o suficiente para se desenvolver a história. O resto é contado através de gestos, olhares, sons e principalmente, silêncio. As melhores cenas são aquelas onde o povo não se mexe, pois o espectador fica se indagando se realmente está acontecendo algo, ou não. E nem por isso as cenas de ação ficam abaixo do esperado.

Enfim, Predators é um ótimo filme, que irá marcar os fãs de predador. Para quem nunca assistiu o original, saiba que não é preciso vê-lo para entender a história desse aqui, mas que estará perdendo um ótimo filme de ação e suspense.E também não deixe de assistir esse, pois ele é um dos raros casos da atualidade onde a sinopse realmente vende o filme, e que ao entrar para assistir Predators, o espectador não irá se deparar com outro filme. E o preço do ingresso acaba valendo a pena, quando se sabe que o filme não decepciona.

Enquanto isso, fique com um pouco de humor a respeito do clássico Predator:



"Get to the choppaa!"

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O que há de errado com a música pop

Sim, há um problema com a música pop atual. Algumas pessoas podem sarcasticamente dizer que a música pop sempre foi errada, mas nisso eu não concordo. O estilo pop é praticamente filho único de uma pessoa, um cantor, dançarino, compositor, poeta, produtor, coreógrafo e filantropista, o já falecido Michael Jackson. Qualquer um que tenha ouvido Thriller, Beat it, Billie Jeans, Smooth Criminal, e Black or White, para falar de algumas das suas músicas, sabe o que é o estilo pop musical. E embora algumas pessoas possam dizer que a diferença entre pop e rock é que o rock busca ser uma expressão autêntica de como os cantores se sentem e o pop é simplesmente música para vender, eu gostaria de lembrar que o Michael só vendeu tantos discos porque se expressava de verdade nas suas músicas.

Eu sempre tive uma certa dificuldade de me ligar aos ditos "ídolos" musicais da minha geração. Como alguém nascido na metade dos anos 80, eu nunca cheguei a aproveitar o melhor do Michael Jackson, que foi o Michael antes dos escândalos de abuso sexual. No lugar dele, me foi ofertado Backstreet boys, Spice girls e mais tarde, Britney Spears. E sim, Britney Spears foi só o começo. Hoje temos Lady Gaga e Kesha. E eu não entendia o que houve de errado com o pop no passar do tempo.

Até que eu vi um vídeo da Lindsay Ellis, também conhecida como Nostalgia Chick sobre a música pop voltada para o público feminino, cujo título é "Blonde Girl Now and Then, or How I Learned to Stop Worrying and Love the Ke$ha":



A parte que mais me impressionou foi ver que a Lady Gaga; ou se preferir o seu nome de batismo, Stefani Joanne Angelina Germanotta; na verdade sabe cantar muito bem, mas para se identificar melhor com o público, canta de forma bem ruim. Assim como as gurias que compram o seu disco para se divertir imitando-a. Eu posso dizer que gosto das músicas do MJ, mas Backstreet boys, Spice Girls, Britney Spears e Lady Gaga, eu dispenso.

Melhor do que Lady Gaga e Britney Spears, são as músicas das trilhas sonoras de certos jogos. Eu que cresci vendo bipes virarem sinfonias com a evolução tecnológica dos aparelhos de jogos eletrônicos, e dos próprios jogos também, posso dizer que há dezenas de trilhas sonoras de jogos que superam em muito qualquer disco de qualquer ídolo pop pós-2000 em termos de qualidade e emoção.

Abaixo, eu coloco um hiperlink para a música "Pairbond", que é a música tema do jogo Bioshock 2, lançado em janeiro desse ano:



E se essa música não te impressionou ainda, escute a música "Welcome (back) to rapture", que é a minha preferida do jogo, e diga se não sentiu calafrios:



É melhor do que ficar ouvindo "Baby one more time", "Ops, i did it again", "Blah Blah Blah", e "Just Dance"!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Fallout 3

Bem, aproveitando o pedido antigo de um amigo, eu vou falar agora de um jogo que é um tanto quanto antigo, mas mesmo assim, é bom pra caramba. Fallout 3 é o terceiro jogo de uma franquia originalmente desenvolvida pela empresa Black Isle Studios, e publicada pela empresa Interplay, mas que agora pertence a empresa Bethesda Game Studios. A franquia, chamada de franquia fallout, envolve todos os jogos que foram produzidos pela Black Isle, e o jogo Fallout 3, produzido pela Bethesda.

O primeiro jogo, Fallout, se passa em 2161, num universo em que o planeta terra se encontra em estado pós-apocalíptico há 84 anos, após uma guerra atômica devastadora entre as duas maiores nações do mundo, EUA e a China, ter varrido do mundo toda a civilização, deixando apenas radiação, mutantes e sobreviventes de abrigos subterrâneos chamados de Vaults. O jogo conta a história de um habitante de um desses abrigos subterrâneos, chamado de Vault Dweller durante o jogo, que é encarregado da função de substituir uma peça quebrada do purificador de água da Vault, precisando para isso se aventurar na superfície do mundo devastado pelas armas nucleares. Fallout foi lançado em 97, chegando a ser um sucesso de críticas pela mecânica diferente, e a história envolvente do jogo.

Quando Fallout 3 foi lançado, muitos fãs da franquia temiam que Bethesda perdesse o espírito do jogo, e o clima desolado que os jogos passados passavam para o jogador. Apesar do Fallout 3 ter alguns elementos duvidosos que até certo pontos não fazem muito jus a franquia, ele é um jogo no verdadeiro espírito fallout, digno de ser chamado de sucessor da série. O jogo começa em 2277, exatos 200 anos após a guerra que devastou o mundo. O personagem do jogador é perfeitamente customizável, podendo ter qualquer nome, aparência e até mesmo sexo, mas ele é referido durante o jogo como Vault Dweller. A história também é bem simples: Você é o protagonista que nasceu, cresceu, e viveu toda a sua vida na Vault de número 101, assim como o pai dele, e todos os ancestrais. Certo dia, quando o protagonista estava com 19 anos de idade, o pai dele faz o impensável: Ele foge da Vault, e segue para a superfície. Sem saber porquê isso aconteceu, resta ao Vault Dweller fazer o mesmo, seguir para a superfície atrás do seu pai, e também de respostas.

Sem revelar muito, eu posso falar que o final de Fallout 3 é o grande charme do jogo, e embora toda a sequência de eventos principais desde a saída da Vault em busca do pai do Vault Dweller até o final seja no máximo 15% do jogo, ele vale a pena ser jogado. Isso porque a Bethesda não se esqueceu de fazer de um universo e uma ambientação em cima desse universo, criando coerência, e dando uma sensação do jogador realmente estar no mundo pós-guerra de fallout. A maior parte do tempo, a única música que o jogador tem acesso é o som ambiente do vento movendo a brita e o cascalho no meio dos restos de estradas e auto-estradas que sobrou da civilização do passado, ou então o som dos animais mutantes caminhando perto de você. Além disso, o que sobrou dos centros urbanos são verdadeiras favelas em guerra, onde o jogador é atacado por todos os lados por mercenários, super-mutantes, ghouls e saqueadores. Além disso, há o sistema de moralidade, que força o jogador a colher os frutos das sua ações: Um jogador que sai matando inocentes rapidamente se torna odiado nos lugares onde passa, o que pode complicar a sua interação com certos elementos do jogo, um jogador que busca ajudar todo mundo passa a ser amado pelo povo, porém, odiado por quem lucra com o sofrimento alheio nesse universo.

Tendo falado dos pontos posivitos, resta falar dos pontos negativos. Uma das maiores críticas acerca de Fallout 3 foi o elemento politicamente correto que a Bethesda inseriu no jogo. A maneira mais grosseira que esse elemento se manifesta está nas crianças que aparecem durante o jogo: Todas são imortais e indestrutíveis. Enquanto no Fallout original o jogador tinha a liberdade de matar crianças caso quisesse (Sofrendo uma certa penalidade por escolher agir assim), no Fallout 3, nem mesmo a arma Fat Man que lança uma mini bomba nuclear anti-infantaria é capaz de matar uma criança. Tudo o que acontece, é que ao ser atacada, a criança sai correndo pedindo por ajuda.

Outro elemento politicamente correto é tentativa falhar de se fazer uma analogia da condição dos Ghouls de fallout com o preconceito racial. Em fallout, um Ghoul é um ser humano que foi exposto a quantidades absurdas de radiação e não morreu, mas ganhou deformidades físicas e longevidade prolongada. A analogia do preconceito contra Ghouls ser equivalente ou similar ao preconceito racial é falha, pois enquanto as ditas "diferenças raciais" são triviais e insignificantes no dia a dia, as diferenças de condições de um Ghoul e um ser humano "normal" de fallout representam um perigo direto ao humano, pois Ghouls tendem a perder a razão e se tornar animais ferozes. O fato das diferenças entre um Ghoul feroz e um civilizado não serem devidamente elaboradas só complica mais a situação, e dá uma boa margem de razão para os habitantes da terra de ninguém que não querem Ghouls como vizinhos.

Por último, há as expansões de Fallout 3. Caso o leitor deseje comprar o jogo, ou obtê-lo por meios ilícitos, eu recomendo a versão "Game of the Year", que saiu em 2009, cerca de um ano depois do lançamento do Fallout 3 original, porque essa versão vem com todas as cinco expansões do jogo. São elas em ordem de lançamento: Operation Anchorage, The Pitt, Broken Steel, Point Lookout, e Mothership Zeta. Eu ainda pretendo falar das expansões de Fallout 3, mas vou deixar o assunto para uma outra postagem.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Imposto justo

Bem, aproveitando uma reflexão que eu fiz acerca do modo em que posto, eu decidi optar por uma maneira diferente de se blogar, ao invés de postar uma única mensagem por dia, como seria num blog tradicional, vou postar um conjunto pequeno de mensagens individuais, periodicamente a cada semana, ou mês. Desse modo, eu continuo a postar informações que considero importante, sem ter a dor de cabeça de necessitar responder diariamente.

Recomendo a quem não queira perder nem uma postagem do meu blog, a assinar o RSS feed dele, ou então a me seguir no buzz. Dessa forma, não haverá surpresas.

Agora, a informação que conta: Creio que todo brasileiro que já tenha jogado um jogo eletrônico, saiba que a forma mais fácil de se comprar um jogo desses, é comprando um produto falsificado. (pirateado)
Isso é um pensamento tão comum no Brasil, que já virou norma: A principal preocupação do Gamer brasileiro é se haverá falsificação para o jogo que deseja, e se ele vai perder alguma coisa no processo. Em momento algum as pessoas se há um modo de conseguir o jogo original, licenciado oficialmente pelos distribuidores. Tudo porque o preço de um jogo original pode atingir valores obscenos aqui no Brasil, como R$ 180,00 para o jogo "Assassin's Creed II" para Xbox 360. Jogos de Xbox 360 saem por volta de R$180 a R$80,00, dependendo de vários fatores, como ser lançamento, ou ser edição Platinium Hits. Jogos de Playstation 3 também não ficam muito atrás, saindo por um valor entre R$200 a R$100.

A razão dos preços serem altos, é muito simples: Impostos! Qualquer produto eletrônico que é importado tem uma alíquota única de 60% em cima do valor alfandegário do mesmo, isto é, o valor do produto somado ao valor do frete e outros custos (Como garantia). Além disso, a maioria desses produtos são vendidos na moeda estrangeira do dólar americano, cujo valor em reais fica por volta de R$1,80. Tudo isso, somado ao desejo de lucro do revendedor local aumenta o preço do produto em 300% a 400%. Jogos que custam míseros $20 saem por quase R$100, e lançamentos que custam $50 saem por R$180.

Não adianta uma empresa de jogos se instalar no Brasil, e revender os jogos por aqui, porque eles recebem imposto interno da mesma forma. Inclusive, o imposto de se produzir jogos localmente pode até ser maior que o custo de se importá-los e revendê-los. No final das contas, empresas não são ONGs de caridade, elas não vão se instalar no Brasil se uma margem de lucro decente não estiver assegurada. Por isso, Sony, Microsoft e Nintendo não lançam jogos oficiais no Brasil, não reservam sequer um código de região pro Brasil, e não permitem que os brasileiros façam compras em suas redes de jogos... (XBLA, PSN, e por aí vai)

Por isso, alguns brasileiros resolveram se mobilizar para tornar público a existência de um projeto de lei que visa estabelecer isenção de imposto especificamente para produtos relacionados ao mercado de jogos eletrônicos. Fiquei sabendo do tal projeto de lei através do perfil de orkut de um amigo (valeu, Bezerra), e resolvi também tornar público o meu apoio pela campanha. Mas não basta apenas espalhar a existência da campanha para os seus amigos, é necessário também entrar em contato com o deputado Antonio Palocci (PT-SP) que é o relator do projeto de lei 300/07, apresentado em 2007 pelo deputado Carlito Merrs (PT-SC), para saber como anda a aprovação do mesmo. E caso a aprovação esteja lenta, é necessário agir de modo a mobilizar a câmara de deputados para que o projeto de lei seja aprovado, e de preferência, na forma em que se encontra, sem emendas de qualquer natureza.

Abaixo, deixo o hyperlink para o site da campanha:

http://impostojustoparavideogames.com.br/

Se cadastrar no site é uma forma de apoiar, enviar uma mensagem para o relator é outra, protestar em frente ao congresso é outra. Faça a sua parte.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Avatar

Depois de 3 meses, cá estou de volta, para falar de um filme que todos já devem ter visto, assistido, ou pelo menos terem ouvido falar. Trata-se de Avatar, a mega produção cinematográfica de James Cameron,o mesmo criador dos blockbusters de sucesso "O Exterminador do Futuro" (1984), "Aliens: O resgate" (1986), "O Exterminador do futuro 2" (1990), "True Lies" (1994), e "Titanic" (1997). "Avatar" lançado no ano passado, é a sua mais nova obra cinematográfica.

O filme é uma belíssima combinação de imaginação, liberando a criatividade de Cameron para a criação de um mundo completamente diferente do que estamos acostumados. A história em si, é bem simples, cliché até eu diria, mas nem por isso, defasa a emoção que o filme passa, ou obscurece o brilho da beleza visual do filme. O filme conta a história de Jake Sully, um ex-fuzileiro que viaja da Terra para Pandora, uma lua localizada em órbita do planeta Polyphemus, que fica no sistema Alpha Centauri, mais precisamente na estrela Alpha Centauri Alpha. Ele viaja com o objetivo de substituir o seu irmão, que faleceu num roubo, na equipe do projeto Avatar da doutora Grace Augustine, interpretada pela talentosa Sigourney Weaver.

Chegando lá, Jake ao mesmo tempo descobre o maravilhoso mundo de Pandora, e a emoção de controlar um avatar, enquanto acaba sendo relegado a segundo plano pela doutoura Augustine. Após fazer um acordo com o Coronel Quaritch, o responsável pela defesa de toda a operação humana de mineração em Pandora, Jake é relegado ao posto de guarda costas. Em sua primeira missão, ele acaba se separando do time de cientistas, e fica perdido durante a noite nas selvas de Pandora. Por pouco, é aceito na tribo dos nativos de Pandora, os Na'vi.

Conforme ele vai aprendendo a viver como um Na'vi, Jake repassa informações para Augustine e Quaritch, e aos poucos aprende a amar Pandora, a vida selvagem e silvestre, e sua professora, a Na'vi Neytiri, filha do chefe da tribo. Conforme os meses passam, cada vez mais Jake passa a gostar mais de sua vida Avatar, e menos da sua vida real como humano, ao ponto de chegar a dizer que a realidade é que parece ser o sonho, e o sonho, a realidade...

O conflito deslancha quando os humanos destróem a árvore das vozes, um local usado pela tribo Omaticaya para conversar com os seus ancestrais. Jake desesperado, ataca o trator, impedindo temporariamente o avanço humano, mas despertando a ira do Col. Quaritch, que suspende o projeto Avatar indefinidamente, e suspende Jake com um murro. Recebendo uma segunda chance de Selfridge, o diretor geral da mineração, Jake e Augustine voltam para os seus corpos avatar e tentam avisar os Na'vi do perigo imediato, mas não conseguem evitar a perda de vidas, e a destruição da Árvore lar da tribo Omaticaya.

Após uma fuga relâmpago, na qual Augustine é baleada, Jake doma o maior dos predadores aéreos de Pandora, o Toruk, tornando-se assim o sexto Torku Makto da história dos Omaticaya, e voltando nessas condições para recuperar a confiança deles. Após uma tentativa de salvar a vida de Augustine, que falha, Jake consegue reunir todos os clãs de Na'vi de Pandora para um ataque final, na árvore das almas, com o objetivo de destruir todas as forças RDA restantes. O ataque começa, inicialmente dando uma desvantagens pros Na'vi, mas quando a própria natureza de Pandora, na forma da deusa Eywa, toma partido e ajuda os Na'vi, a luta finalmente pende para a vitória dos mesmos. Após uma intensa e sofrida luta no final, Jake e Neytiri conseguem vencer Quaritch, expulsando todos os soldados e mineradores da RDA, permitindo apenas a permanência da equipe do projeto Avatar.

É uma história bem simples, uma mistura de "Pocahontas" com "Dança com lobos", com "O último Samurai". Porém, nem por isso ela apaga o brilho do filme, pois o brilho está no modo como ela é contada, no talento que Cameron tem pra isso. Dependendo do filme, a história pode ser contada como um drama revestido por ação, como em "Exterminador do futuro" e "Aliens". Em outros casos, pode ser ação revestida por humor, como em "True Lies", ou mesmo drama revestido por romance, como em "Titanic". Avatar é apenas uma pequena variação do modo dele de se contar histórias, com um tema de fantasia revestido por drama.

Outra coisa que marcou muito nos efeitos visuais do filme foi o elemento de exibição em 3D, que deu uma experiência nova ao espectador. Avatar marcou época por ser um dos primeiros filmes a explorar a exibição em 3D de forma ampla, pois ele foi criado em 3D. Toda a direção foi feita pensando-se no espectador assistindo o filme como se estivesse presente na própria cena. O 3D não só é a chave para filmes de maior apreço pelo público, como também será o principal diferencial entre a exibição caseira e a comercial no futuro. E nesse sentido Avatar ganha por já ter nascido 3D.

Porém, ele não é um filme perfeito. Há muitas coisas estranhas no universo criado por Cameron. A impressão que o filme deixa inclui a sensação que os Na'vi não ficam doentes, ou não tem problemas de falta de comida, água e segurança. Basicamente, Pandora é um mundinho perfeito demais. Outra coisa que me incomodou foi como a terra foi retratada, como se fosse apenas um cancro no universo, em oposição polar a Pandora, que seria uma pérola. Tudo isso dá uma visão maniqueísta de bem e mal, e que diminui um pouco o que poderia ser um verdadeiro filme de época. Avatar é simples, exatamente porque o seu 'melhor' é a sua coreografia visual, e não a sua história. Cameron poderia ter feito críticas políticas, ou filosóficas no filme, mas não há nada nele que o povo já não conheça, e o filme em si, não é uma obra prima. Ele pode ser um belíssimo filme que marcou o início do 3D, mas certamente haverão filmes melhores que ele no futuro, todos em 3D.

Talvez, quem sabe, até outra obra de Cameron?

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

2012, a bomba

Nesse sábado passado eu fui assistir o filme 2012 após ir ao aniversário de um colega, e posso afirmar que o filme, realmente, é uma merda. Mas pelo menos, ele é uma merda de qualidade. Rolland Emmerich pôs todo o seu esforço ao criar essa merda, e por isso, eu posso dizer que ela não cheira tão mal assim, embora ainda seja merda. Eu já disse nesse blog porquê fazer um filme baseado no fenômeno 2012 é uma má idéia:

http://desventurasemrecursao.blogspot.com/2009/10/filmes-serem-assistidos.html

Porém, eu realmente não esperava isso, o esforço descomunal de um diretor para transformar uma idéia ruim em algo novo, e com isso, conseguir inovar. É um filme que embora seja ruim, tenha um roteiro ruim, e a construção das cenas de ação muito mal feita, deixa claro que foi feito com carinho, e por isso, no final, não parece ser tão ruim. Isso, é claro, se o espectador conseguir desligar a parte do cérebro responsável pela lógica, senão fica inevitável fazer piadinhas acerca das cenas, e dos eventos que acontecem no filme. Algumas das piadinhas que eu ouvi, e provavelmente só serão entendidas por quem assistiu, foram:

"Need for Speed End of World Edition"

"Não há nada como uma cara que é capaz de consertar o bug que ele mesmo fez"

"Por que que as turbinas não ligam com a porta emperrada? Microsoft Windows"

"Moral da história: Não importa se o mundo acabou e todo mundo morreu, se o cara que estava comendo a sua mulher morreu, é um final feliz"


Mas, falando do filme especificamente, aí vai os meus 2 cents:

O filme começa de uma maneira legal. Embora o título seja 2012, e o filme se passe em 2012, o início começa em 2009, o nosso ano, e pouco a pouco é mostrado como foram os eventos importantes para a estória de 2009 a 2012. Isso nos cinco minutos iniciais, e com isso, temos uma apresentação de um dos personagens principais, o geologista Adrian Helmsley, que é o responsável por apresentar a casa branca a situação do fim do mundo se aproxima. Por quê? Simples, ele conversou com o seu amigo, o Doutor Satnam Tsurutani na Índia, e descobriu que devido a um evento solar inexplicável, os neutrinos emitidos pelo sol estão se transformando em uma nova partícula sub-atômica, e com isso estão agindo como microondas no núcleo e manto terrestre, fervendo-o (Momento para música macabra).

Se não bastasse a explicação "científica" do fim do mundo, o filme é cheio de outras explicações para o fim do mundo, como a teoria do deslocamento da crosta terrestre. Mas, enfim, após o início do filme, somos apresentados a família (ou quase) de Jackson Curtis, interpretado por John Cusack, que é um escritor de ficção científica que também trabalha como motorista. Após acampar com o seu filho e sua filha no parque yellowstone, ele é lentamente apresentado a eventos que pouco a pouco vão o convencendo que de há uma grande conspiração para salvar alguns poucos da destruição do mundo, que ocorrerá em breve. Ele hesita, e prossegue adiante, mas em determinado momento, se convence de que o mundo vai acabar mesmo, e é aí que a correria e os desastres começam a acontecer de verdade.

O grande problema de 2012 não é exatamente, que o final seja ruim, mas sim que o início seja bom. Porque embora John Cusack não seja exatamente uma estrela dos filmes de ação, ele chega a passar a emoção de alguém desesperado de maneira convincente. E todos os personagens do núcleo dele acabam passando essa emoção também, na cena em que a califórnia acaba. Ah, e as cenas da destruição do mundo são um show a parte. Elas são diferentes do que qualquer um esperaria, não são cenas de prédios caindo e rachaduras surgindo, e nesse ponto, Rolland Emmerich brilhou, pois o que ele mostra são os continentes, pouco a pouco, desmanchando como se fossem feitos de areia: Eles afundam no mar, ou racham em milhares de pontos e são dissolvidos no meio de tanta lava vulcânica que sai para fora. E essa destruição em escala geológica é o ponto inovador do filme, embora seja similar a O dia depois de amanhã.

O final é um tanto quanto óbvio, ridículo, e cliché. Eu mesmo teria achado tal final umas dez vezes mais legal se as "naves espaciais" fossem mesmo naves espaciais. Mas, enfim, o filme já foi feito, e isso não pode ser mudado. Só me resta esperar pra ver o tamanho do prejuízo do caixa, porque de críticas, o filme já foi uma bomba. Pelo menos, no RottenTomatoes e no Metacritic, e espero que com o tempo, outras pessoas possam ver que esse filme é uma idéia que, apesar de ter sido executada de modo excelente, foi feita em cima de um mito sem pé e nem cabeça, e que por isso teve que depender de marketing viral, algo que ao meu ver, não é um modo apropriado de se propagandear um filme. Isso sem falar do script do filme, que é lastimável, cheio de lições morais baratas, inacurácias científicas, e mesmo religiosas. Definitivamente, uma bomba.

Mas, como eu disse, se você conseguir desligar a parte racional do cérebro, até que é um filme legal.

domingo, 22 de novembro de 2009

Aliens da DH press

Bem, demorou um tempo, mas eu finalmente terminei de ler todos os livros que tinha que ler, e juntar os meus pensamentos, de modo que eles dêem forma a uma crítica, que embora seja breve, espero ser completa também. Fazendo referência ao post anterior (de quase um mês atrás), eu encomendei no início deste ano 6 pequenos pocket books da Dark Horse, os livros tratam do mesmo tema, o famoso monstro da 20th Century Fox inventado no filme de 1979, Alien. Para mais informações, o post anterior:

http://desventurasemrecursao.blogspot.com/2009/10/o-que-vira-por-ai.html

Os livros não são conectados entre si, e também não são diretamente conectados com os filmes, com a exceção de apenas um. Alguns deles fazem referências a alguns elementos dos quadrinhos da Dark Horse, elementos expandidos em cima dos já apresentados nos filmes, como a Corporação Grant, a BioNat, e outras coisas inventadas nos quadrinhos da Dark Horse, mas de um modo geral, são conexões fracas, apenas para quem já sabe do quê eles estão falando. Com a exceção de dois livros, cada livro tem um autor diferente, totalizando assim 5 autores distintos que foram responsáveis pela criação desses livros.

Eu tentarei dar um breve resumo do conteúdo de cada livro, quase que uma sinopse, de modo a instruir o leitor, e justificar as minhas críticas, mas tentarei ao mesmo tempo não estragar a diversão da leitura, principalmente dos livros que eu considero que vale a pena comprar e ler. Não são todos os 6 livros que eu considero que tenham rendido o preço da compra, mas como eu considero apenas um dos livros um desastre total, acho que saí no lucro importando e lendo esses livros. Também irei fazer um rank dos livros, do melhor para o pior, segundo a minha percepção.

Cronologicamente, os livros que eu li, foram na seguinte ordem:

1) Aliens: Steel Egg
2) Aliens: Original Sin
3) Aliens: DNA War
4) Aliens: Criminal Enterprise
5) Aliens: Cauldron
6) Aliens: No Exit

Aliens: Steel Egg

Esse foi o primeiro livro que eu li, de autoria de John Shirley, autor também de "Predator: Forever Midnight", que é considerada por alguns possivelmente o melhor livro já escrito sobre o outro monstro da Fox, o Predador. É perfeitamente possível que Forever Midnight seja uma estória excelente, mas Steel Egg deixa um tanto a desejar. Primeiro, Steel Egg começa com uma breve descrição do que está acontecendo do ponto de vista do capitão de uma nave militar, Daryl Corgan, o protagonista de história, que é acordado subitamente. Somos apresentados a oficial de ciência Ashley Norton, responsável por acordar o capitão após terem entrado em órbita ao redor de Iapetus, e terem feito contato visual com uma nave de origem alienígena.

A nave deles se chama Hornblower, e está lá numa missão de reconhecimento: A UNIC, uma coalização política liderada pelos EUA, encontrou uma anomalia gravitacional perto da lua, o que pode indicar uma espaçonava à deriva por lá e possivelmente o primeiro contato humano com alienígenas, como também uma fonte importante de tecnologias novas. Para proteger os seus interesses, a UNIC envia uma missão de reconhecimento, numa nova corrida espacial contra a CANC, uma coalização política feita pela China, e esta é a missão da Hornblower. Como é de se esperar, toda a trama se desenvolve num ambiente de guerra fria em plena década de 2070, com um bloco liderado pelos EUA (UNIC) e outro pela China (CANC), onde novamente a motivação econômica para a guerra é apenas desculpa para a verdadeira motivação política.

Pouco a pouco a história vai se desenvolvendo: Eles realmente encontram a nave, e devido a pressão que eles sofrem com a possível chegada de uma nave CANC, o capitão e outros membros da tripulação decidem adentrar a nave alienígena, e pouco a pouco, se envolvem com uma das criaturas mais mortais já concebida. Porém, tirando o protagonista Daryl Corgan, a co-protagonista Ashley Norton, e o antagonista Reynolds, poucos personagens são desenvolvidos. O fato da nave deles ter uma tripulação de 15 pessoas também não ajuda, pois a sensação que se tem é que a maioria deles está ali só pra morrer. Isso somado a coisas estranhas, como as descrições excessivamente sangrentas das mortes (até mesmo para os outros livros), os momentos bobos e absurdos que acontecem (como um robô fazer a piada de um cara morto), os eventos inexplicáveis e a ação que envolve principalmente correrias, fez com que o livro parecesse aos meus olhos uma imitação mal feita da estória do primeiro filme, Alien de 79. É muito difícil se conectar ao protagonista mesmo, então quem dirá aos outros personagens, e até ao antagonista, que começa moralmente cinzo, o doutor que trabalha para quem lhe é mais conveniente, mas passa a se tornar um vilão cliché no decorrer da estória, sedento por poder. O fato de haver uma situação romântica entre o capitão e a oficial de ciência no decorrer de um evento que seria traumatizante para qualquer pessoa normal também é mal explicado, e não convence. No geral, Steel Egg até que é legal como literatura, mas não espere muito dele, como uma obra prima, ou um livro excepcional.


Aliens: Original Sin

Depois de ter lido Steel Egg, e ter achado a história boa, eu parti para Original Sin. Esse é o primeiro dos seis livros lançados, e ao meu ver, melhor que o anterior. Ele segue direto dos eventos do quarto filme, Alien: Ressurreição, mostrando o que se passa para a Ripley 8 após a sua fuga da nave militar Auriga. Ironicamente, ela toma o comando da Betty, e passa a viver como a capitã da nave, com uma tripulação de membros incluindo aí os sobreviventes do filme, como Vriess, Call, Jhonner, e gente nova. A Ripley tenta voltar a se conectar com a realidade do mundo após estar morta por 200 anos, fazendo o que ela faz de melhor: Matar aliens, e proteger pessoas com isso. Pouco a pouco você é apresentado a uma protagonista que tende a agir com terrorismo para chegar naquilo que ela considera certo. Além disso, como personalidade, ela continua implacável como um alien, feroz e estranha, e no fundo, profundamente humana, vivendo na constante penumbra entre ser humana, e alien, da mesma forma quando interpretada pela Sigourney Weaver. A história é simples, e é apresentada ao leitor sob dois pontos de vista: No primeiro, Ripley e a tripulação da Betty lutam para evitar que uma organização a lá Illuminati tenha sucesso. No segundo, a tripulação de uma estação orbital botânica está prestes a ser vitimada pela mesma ordem secreta. Com o desenvolver da estória, a Ripley acaba chegando na estação, quando então os dois núcleos se encontram, e inclusive, há reviravoltas, envolvendo até mesmo os aliens. No final das contas, é uma boa estória, longe de ser perfeita, mas mesmo assim, legal o suficiente para te prender e dar uns saltos de vez em quando. Inegavelmente inspirada no Alien: Ressurreição, a estória consegue surpreender, faz referências ao filme, explorar ainda mais os personagens, e fazer o seu coração palpitar. Não dá pra saber quem vai se dar bem, e quem vai se dar mal, ou mesmo como agir em cada situação inesperada. Aliens: Original Sin do Michael Jan Friedman certamente é uma estória de terror capaz de entreter até mesmo o leitor casual de sci-fi.


Aliens: DNA War

Se eu achei os dois primeiros livros bons, então eu poderia esperar que o terceiro fosse bom também. Mas, ele foi mais que bom, ele foi excelente por si só. Diferentemente dos outros livros, que são narrações mais voltadas para ação ou terror, com descobertas envolvendo os aliens, DNA War é muito similar a um romance policial ambientado em um futuro de ficção científica, e tendo como pano de fundo os aliens. Não se engane, os aliens ainda são um elemento de importância no livro, mas não são o único elemento importante, há espaço para outras coisas, como saber se existe um sabotador, ou quem é responsável pela morte de certas pessoas.

A premissa é simples, Rosamond 6 é um dos poucos planetas habitáveis com um ecossistema alienígena completo que foi encontrado na galáxia, e como tal, é de extremo valor. Porém, ele contém os letais xenomorphs (outro termo para os aliens), e passou a ser usado como estação de estudo para a antropólogoca Jocasta Malvaux e sua equipe de estudo de campo, com o objetivo de se investigar os aliens, e descobrir se eles possuem alguma fraqueza, ou alguma forma de coexistência. Após anos sem o seu estudo retornar informações práticas para o resto da galáxia civilizada sobre os aliens, um grupo de juízes passa uma ordem de judicial de extermínio dos xenomorphs no planeta Rosamond 6, com o uso de robôs de extermínios projetados para essa função feitos pela PlanCom.

Porém, nem tudo são flores. Jocasta Malvaux é uma pessoa complicada de se lidar, então uma expedição civil, porém com apoio militar é preparada justamente para dar a ordem de despejo, e evacuar a expedição dela. Inclusive, eles convocam o filho dela, Rory Malvaux, um detetive da polícia na terra em "absenção" forçada, e a única pessoa capaz de lidar com a figura notável de Jocasta na civilização humana. Conforme a estória se desenvolve, os tripulantes da nave tem problemas em encontrar o campo de estudos, e depois de uma série de eventos rápidos e fulminantes, parte deles se vêem presos ao acampamento da Jocasta, e entre eles Rory. Pouco a pouco Rory começa a perceber que tem algo errado nessa história toda, e tenta entender quem é reponsável pelas mortes de alguns dos membros da expedição, e porquê ninguém tem coragem de comentar acerca das mortes.

No geral, DNA War é uma história boa, de talento cheio feita pela autora Diane Carey. Ele lembra o bom estilo de detetive, marcado em livros como Martini Seco, de Fernando Sabino, mas num ambiente de terror, e ficção científica, envolto por um perigo constante e mortal, que nem sempre advém dos aliens. Certamente, há pontos ruins na maneira como ela desenvolve a estória, e um deles que notei se repetir muito nesse e no outro livro é a quebra da surpresa, que pode até ser apropriado para um livro em um ambiente de aventura, mas não é muito adequado para um livro de terror. Apesar dos momentos de susto poderem ser previstos, o mais importante na estória é imprevisível, e isso faz o livro brilhar. A ambientação do livro, o planeta Rosamond 6 me lembra muito certos planetas apresentados nos quadrinhos, e até um pouco o LV-426 do segundo filme, Aliens. Embora esse livro tenha sido muito bom, infelizmente, o segundo livro dela não foi tão bom assim, como irei comentar futuramente.


Aliens: Criminal Enterprise

Esse é um livro que inicialmente, eu li sem expectativas, porém que no final me surpreendeu muito. A sinopse é fraca, ou mal feita, mas isso não apaga o conteúdo do livro, que é muito bem feito. Os personagens são realistas, fiéis a certos esteriótipos, cada um com a sua motivação, e cada um com o seu jeito de agir e pensar. A premissa é simples, o piloto Thomas Chase é obrigado a fazer uma corrida para o chefão do tráfico de drogas interestelar Msomi, para salvar a pele do seu irmão mais novo Pete Chase. Para isso, ele deve pilotar uma nave na entrada e na saída do planeta Fantasia, um planetóide minimamente terraformado para ter uma atmosfera rala o suficiente para não matar uma pessoa instantâneamente, com uma verdadeira fortaleza habitável e bem protegida no interior dele, cercada por aliens. Sendo um planeta de manufaturação ilegal de drogas, Fantasia tem todo tipo de gente, cientistas inescrupulosos que foram pra lá para evitar um processo por assédio sexual, traficantes mal encarados, cafetões que controlam prostitutas, michês, ex-presidiários que retornaram ao crime, gente que quer ficar rica a todo custo, e gente que não era pra estar ali.

A estória segue-se de modo devagar, apresentando os personagens aos poucos, e explicando pouco a pouco o passado de alguns deles, e o que eles fazem no planeta. Pouco a pouco a estória prossegue, e a dupla que protagoniza a estória vai sendo apresentada a esse pequeno mundinho do ilegal, cheio de drogas, sexo e poder. A primeira morte do livro vem de forma súbita e surpreendente, pegando o leitor de surpresa.

Após isso, o leitor é apresentado frente a frente aos aliens, e ao poder letal que eles possuem nesse planeta de poder. Em paralelo, há uma constante, mas discreta demonstração de como os interesses dentro desse mundo sem lei são conflitantes: Ao mesmo tempo que o chefão do crime Msomi, representado pelo psicopata Lee, e quer a sua droga bem protegida a todo custo, Trace que é o administrador de Fantasia, e quer fazer do planeta o seu mundinho particular junto a sua namorada Didi, Ray Turner, um gerente de Fantasia que conspira para roubar toda a produção de drogas de um ano do Msomi e lucrar ainda mais no mercado negro com a venda das drogas, e por último, John Kaye, um mercenário com um forte senso de justiça contra as drogas, e contratado pela GrantCorp (referência aos quadrinhos) para destruir o negócio ilegal de drogas do Msomi.

Conforme a estória prossegue após esse ponto, os eventos se desenvolvem para chegar ao clímax, quando caos atrás de caos acontece, e os irmãos são pegos no meio dele. O desenvolvimento do conflito é excepcional, como uma máquina de Rube Goldberg, cada ator fazendo o seu papel, e jogando a sua dose de álcool no fogo, movendo a sua peça de xadrez, e dando oportunidade para outro mover a sua. No geral, Criminal Enterprise é uma estória legal, que supera em muito o que a sinopse oferece ao leitor, e faz você se sentir no meio do conflito. Inegávelmente, ele me lembrou de Alien 3, talvez o filme menos adimirado da franquia, mas de uma forma positiva. Inclusive, eu acredito que se o roteiro de Alien 3 fosse similar ao roteiro desse filme, o resultado teria sido surpreendente, pois eu acredito que Criminal Enterprise daria uma ótima adaptação para cinema. Stephani Danelle Perry acertou em cheio ao escrever esse livro, e mesclar de forma excelente, drama com terror.


Aliens: Cauldron

Bem, esse é o segundo livro da autor Diane Carey, e de longe, ao meu ver o pior dos 6 livros. Por quê? Simples, ao contrário dos outros livros, este se assemelha muito a um livro de jornada nas estrelas, ele não tem o medo inerente dos aliens, ele não tem o terror sufocante, mas ao invés disso, um ambiente descontraído e tranquilo, mesmo quando os monstros estão a solta na nave. Não há mortes, a não ser aquelas que acontecem por necessidade da história. Há idéias bobas e ruins, embora eu considere que há uma idéia boa do por quê dos protagonistas não serem atacados e esquartejados imediatamente por uma dúzia de aliens ferozes, embora estivessem desarmados.

A sinopse é simples, temos duas naves, a Virginia, uma nave de turismo espacial e comércio, e a Umiak, uma nave de cadetes espaciais. Um contrabandeador da nave Virginia resolve contrabandear aliens congelados, e conforme os eventos se desenvolvem, os aliens são acidentalmente liberados, o que gera a carnificina na nave. Porém, a ação não se limita apenas a Virginia, mas também acontece na nave Umiak, que contém cadetes espaciais, o que já torna a história mais próxima de um "Escoteiros contra Aliens" do que qualquer outra coisa. Se não bastasse isso, o protagonista não é o escoteiro típico, mas sim um garoto de um grau de instrução ridiculamente baixo (Isso num cenário de ficção científica), que nunca esteve no espaço, sabe nada de espaço, e não tinha intenção de estar ou saber. O "perfeito caipira" por se dizer. Some a isso um capitão inescrupuloso, uma turma de cadetes superdotados, cada qual com o seu talento, uma série de criançadas e pirraçadas, como se recusar a lavar banheiros e mutinar (mesmo pra moleques de 14 a 16 anos, isso é muita pirraçada). Some a isso o fato dos aliens não matarem o protagonista no último momento devido a um poderoso "Deus Ex Machina" entre outras coisas, e você terá essa estória.

No final das contas, essa não é uma estória de terror de verdade, mas sim uma estória para quem busca algo no estilo jornada nas estrelas que tenha aliens, e não para alguém que busca uma estória de aliens propriamente dita, com o medo, a asfixia, e o horror. Isso sem falar as lições de moral que o livro passa, como a abordagem ultra-politicamente correta acerca de pessoas com deficiências, que no livro são tratadas como superdotados com alguns talentos, de tal forma que chega a parecer que quem é normal, não é "normal". Ser um caipira te torna mais preparado do que ser um Marine para combater aliens, ter uma deficiência física te dá a capacidade de confundir os aliens com a sua canção, e ser um riquinho mimado é razão suficiente para você quase morrer Além disso, como fetos são vítimas inocentes da malícia alheia, eles não morrem nas mãos dos aliens, e ao invés disso sobrevivem como "pequenos milagres" mesmo quando a mãe foi estraçalhada por um alien (Obviamente, as pessoas adultas da Virginia não eram vítimas inocentes dos aliens contrabandeados, e por isso, foram devidamente estraçalhadas). O livro não me impressionou como estória, e eu prefiro ter o meu dinheiro, do que ter lido esse livro.


Aliens: No Exit

Essa foi a estória que eu deixei pro final, por desconfiar ser a melhor entre todas. O Autor B. K. Evenson foi excepcional ao contar, uma estória do tipo romance policial, mas que aos poucos vai dando lugar para o terror de se ver frente a frente com algo que você não pode combater, e encarar. Nesse caso, o passado, e não os aliens, embora os aliens também estejam presentes. A estória é sobre Anders Kramm, um ex detetive privado, que trabalhou no passado para a compania Weyland-Yutani, a mesma dos filmes, até que teve a sua família brutalmente morta por aliens, em mais uma das suas investigações, momento quando ele decidiu abandonar o seu passado e entrar em criogenia para tentar esquecer os seus pesadelos. Trinta anos depois, ele é despertado, para um mundo diferente, e para uma nova compania, que quer que ele dê o seu aval acerca de uma infestação num planeta distante. Aparentemente, houve uma infestação de aliens num planeta compartilhado entre Planetus (Compania para qual Kramm se vê obrigado a trabalhar) e Weyland-Yutani, porém o que o vídeo mostra é algo diferente para um especialista como Kramm, uma provável montagem, ou armação. E é aí que o desastre começa a acontecer.

No Exit se distingue de DNA War por ser direto, claro, e sem rodeios. O autor diz claramente o que está acontecendo, no momento em que está acontecendo, e é bastante simples na hora de descrever as reações dos personagens. Essa simplicidade toda dá um elemento quase cinematográfico para o livro, e a fluidez da estória não fica comprometida. Isso sem falar que Kramm vai além como protagonista da estória, ele consegue, de maneira convincente, entender como os aliens agem e pensam, e por isso está sempre um passo a frente dos monstros, mesmo quando está sem armas ou munição pra se defender. Embora as duas primeiras partes do livro lembrem muito os quadrinhos, a terceira lembra pra um bocado o segundo filme, Aliens, e me passou um certo saudosismo da ambientação desse filme. Pelos elementos policiais, pela narração em primeira pessoa do Kramm que vez ou outra toma o lugar do narrador, e pela simplicidade como a estória se desenvolve, eu considero este o melhor dos seis, e posso dizer que fiquei muito satisfeito de comprá-lo. Claro, o livro tem os seus momentos clichés, e alguns absurdos, mas os absurdos nessa estória podem facilmente cair no gosto do leitor e serem dispensados em favor do desenvolvimento da estória. Após ler esse livro, até mesmo o leitor irá se sentir vivo novamente, e confiante para entrar em um ninho de aliens com a esperança de sair vivo.



Em resumo, abaixo segue-se a minha lista da ordem dos livros, do melhor para o pior:

1) Aliens: No Exit
2) Aliens: Criminal Enterprise
3) Aliens: DNA War
4) Aliens: Original Sin
5) Aliens: Steel Egg
6) Aliens: Cauldron


Bem, espero que tenham gostado do resumo, tentei ser completo sem estragar (muito) o conteúdo, e espero que isso possa servir como base para qualquer leitor desse blog avaliar se deve ou não comprar algum desses livros da DH Press.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

O que virá por aí

É engraçado imaginar que algumas pessoas pensam que se alguém trabalha com computadores, essa pessoa provavelmente não gosta de livros. É como se todo mundo que trabalhasse em computação fosse obrigado a ser otimista em relação a substituição dos mesmos por documentos digitais, como arquivos em formato PDF, textos, apresentações em slides, planilhas de dados, ou documentos em formato HTML. Porém, o que essas pessoas não percebem, é que o livro impresso ainda é um dos melhores meios de se passar informações inventado pela humanidade.

Um livro geralmente não cansa a vista, porque ele permite que você leia o texto numa ordem que é mais natural do que a maioria dos documentos digitais. Enquanto em um arquivo pdf você lê o texto numa superfície contínua, que se estende da primeira palavra no topo, até a última no fundo, relembrando um antigo mecanismo de leitura, o famoso papiro enrolado. Enquanto isso, o livro é dividido em páginas, que se seguem da esquerda para a direita. Isso permite uma pequena pausa entre cada página, que ajuda a evitar o cansaço de leitura que acompanha outros tipos de textos. Isso sem falar que o esforço para movimentar apenas os olhos é muito menor que o esforço para se movimentar o mouse, para mostrar o texto que você deseja ver, e um monitor emite luz, ao passo que um livro impresso meramente reflete a luz que incide sobre ele. Por essas e outras razões, um livro é muito mais fácil de se ler que um texto digital.

Não que os textos digitais sejam inúteis, eles tem o seu ponto forte, que é a possibilidade de interação com o leitor, e nesse aspecto, um projeto como o da wikimidia, a organização que criou a wikipedia, é o mais promissor possível. Porém, eu não desprezo a mídia tradicional de transmissão de informações, o livro impresso, e reconheço que foi com ele que aprendi muito sobre computação. Porém, o meu gosto por livros impressos não se limita a livros educacionais, ou livros técnicos: Eu também gosto de literatura. Dou preferência a livros que envolvam ficção científica, mas também gosto de outros gêneros, como fantasia, terror, romance policial, ou o melhor de tudo, uma mistura deles.

Foi por causa disso que no início do ano (fevereiro de 2009), eu encomendei seis pequenos livros, que nos EUA seriam chamados de pocket books, de dimensões mais ou menos 15x10 cm, e cerca de 300 páginas cada um. Eles não foram muito caros, cerca de 7 dólares cada um, que por aqui sairam por cerca de 15 reais cada, tirando o custo do frete. Todos os livros foram escritos por autores profissionais que já receberam prêmiações em categorias de horror, ou ficção científica, então eu tinha tudo pra acreditar que os livros seriam leituras excelentes. Todos os livros foram impressos pela DH Press, uma filial da Dark Horse focada em impressão de romances, ao contrário da própria Dark Horse que prefere focar na impressão, produção e venda de comics dos mais variados autores e assuntos, seguindo os mais variados estilos de narração. E por último, todos eles tratam da simpática criaturinha abaixo:



O nome dos livros (em ordem cronológica de lançamento) são:

  • Aliens: Original Sin
  • Aliens: DNA War
  • Aliens: Cauldron
  • Aliens: Steel Egg
  • Aliens: Criminal Enterprise
  • Aliens: No Exit

Embora eu tenha encomendado esses livros no início do ano, só agora eu tive tempo livre suficiente para ler quase todos, e agora só me resta ler o último, "No Exit". Assim que eu terminar de lê-lo, irei postar uma resenha breve sobre eles, dizendo o que eu achei de cada história, os pontos fracos, os pontos fortes, o desenvolvimento, e os personagens. Creio que assim eu possa dar uma orientação para qualquer pessoa que no futuro, possa vir a se interessar pelos livros, e que queira comprá-los.

Digo isso porque é muito fácil encontrar resenhas na internet acerca do primeiro livro dessa série, o Aliens: Original Sin, que foi lançado em 2003, mas é muito difícil encontrar resenhas acerca dos outros livros, provavelmente devido ao fato de poucas pessoas os terem, ainda mais no Brasil. Eu vou aproveitar o fato que tenho esses livros, e que já os li, para tecer as minhas opiniões a respeito dele, na expectativa que elas possam ser úteis para alguém. Claro, assim que eu terminar de ler o último, "No Exit".

Bem, até lá, deliciem-se com as imagens digitalizadas das capas dos livros, gentilmente roubadas cedidas do site oficial da Dark Horse:











sábado, 24 de outubro de 2009

O bom e o ruim

Bem, já faz tempo desde a última vez em que eu postei, e agora estou atualizando as notícias do que houve comigo. O que houve foi o "bom", uma notícia boa, e o "ruim", uma notícia (obviamente) ruim. Vou começar pela notícia ruim:

Há mais ou menos duas semanas, o computador que eu usava em casa queimou. Pra ser sincero, eu ainda não sei direito porquê ele queimou, mas acho que foi a combinação de uma série de fatores, desde poeira, curto-circuito, e possivelmente, raios também. Na verdade, foi um evento bem estranho: Quase todas as peças do gabinete queimaram, incluindo aí CPU, placa-mãe, placa VGA, HD, fonte,... Mas tudo que estava fora do gabinete ficou intacto, incluindo aí monitor LCD, roteador D-Link e impressora. Aliás, a impressora é um elemento X, uma vez que eu não sei se ela queimou antes ou depois desse evento.

Olhando o que sobrou da placa de vídeo, vi pela primeira vez na minha vida transistores e capacidores eletrolíticos (sólido) estourados. O estrago foi feio mesmo. Mas mais do que o estrago "material", eu tive o estrago da perda de todos os dados que eu tinha dentro do HD... infelizmente. Eu ainda estou pensando se vale a pena eu correr atrás de uma dessas lojas de recuperação de HDs, levando em conta o fato que o valor desses dados é mais de natureza sentimental do que econômica, e que recuperação de HDs pode ser muito, mas muito caro mesmo.

Enquanto isso, eu assisti no sábado passado o famigerado "Distrito 9". E essa é a boa notícia: O filme é tudo o que eu pensei que ele fosse. Ele começa com um ar de "documentário", mas com elementos de ficção, contando a história de como os alienígenas vieram parar no nosso planeta, e foram movidos para o Distrito 9. A história do filme começa como um documentário da fictícia MNU, uma organização contratada pelo governo da áfrica do sul para policiar o distrito 9, e realocar os seus habitantes para um campo a 240 km a noroeste de Joanesburgo, chamado de "distrito 10". O líder do projeto é Wikus van de Merwe, interpretado pelo ator Sharlto Copley, o protagonista do filme.

O início se dá bem, mostrando pouco a pouco a opinião humana acerca dos aliens, e a opinião dos inquilinos do distrito 9 acerca dos humanos, envolvendo aí elementos de xenofobia, gangues urbanas, pobreza e crime organizado. Depois de um certo evento que ocorre talvez por volta dos 20 ou 30 minutos do início do filme, Wikus se vê forçado a mudar de lado acerca dos aliens, podendo experimentar aí todo o preconceito e violência que é usada contra os aliens, apelidados no filme de "prawns", que significa "grilo", embora a tradução da legenda fosse "camarões". Não vou revelar muito mais do filme, mas posso dizer que é nesse momento que a narrativa de "documentário" morre, e a dinâmica do filme passa a se assemelhar a um típico filme hollywoodiano, com muita ação, tiros, conflitos, e surpresas.

O final é um tanto quanto inesperado, e termina de um jeito súbito e surpreendente. Nos momentos finais, a narrativa do filme volta ao estilo de "documentário", deixando de focar imediatamente no protagonista, e passando a focar um pouco nas pessoas que conviveram com ele, e nas perguntas, que se sobressaem em relação as respostas que são apresentadas no decorrer do filme. De um modo geral, é um ótimo filme, que não decepciona, e provavelmente vai marcar história, se não na linha dos filmes blockbusters, pelo menos na linha dos filmes cult. Resta agora ver o que Neill Blomkamp reserva para nós no futuro.